terça-feira, 23 de agosto de 2011

Serviço Obrigatório (parte 1)

Paraty, Angra dos Reis e região são conhecidas como águas quase vivas. Peixes? Não, são os microorganismos que são uma farta fonte de alimento pra cracas e algas, e isso faz com que o casco dos barcos se tornem ótimos lugares para se prenderem. Pra quem não sabe, todos os barcos que ficam guardados na água (poita ou pier) tem que ter pintura venenosa pra proteger o casco destes....... seres (ia chamar de praga!). Mesmo assim é necessário pelo menos uma vez por mês, o ideal é de 15 em 15 dias,  você ou um mergulhador contratado mergulhem para limpar o casco com uma esponja. Caso contrário, mesmo com a venenosa as cracas e algas irão grudar, pesar e atrapalhar a hidrodinâmica do barco e também podem estragar o casco, seja de aço, madeira ou fibra. Entre um e dois anos, as vezes mais dependendo da tinta utilizada, da frequência com que navegue e das limpezas que faz, é necessário trocar a tinta venenosa. Foi o que fizemos agora no Refrega, além de pintar o costado e substituir a gaxeta pelo selo mecânico.


Uma avaliação fora da água.                      Tiramos tudo com solvente e lixa.                    O casco tá bom. 20 anos!

A primeira coisa é avaliar como está o estado geral das tintas velhas e os anôdos que estão no casco (fundo) do barco. Pensávamos que poderíamos raspar só a venenosa velha e colocar uma nova. Mas como dissemos, haviam várias partes sem tinta ou primer (camada de tinta que serve de suporte para a venenosa), onde o casco de aço estava exposto. Ai o orçamento inicial mudou e o prazo pra voltar pra água também. Para remover tudo usa-se um solvente X. Tem de ser aplicado várias vezes, pois geralmente ele remove poucas camadas por vez. Foram 5 dias só pra remover tudo !!!! Lembrando que só é possível utilizar este produto por que a Marina Imperial é asfaltada e tem coleta seletiva de materiais tóxicos.

Logo após a lixa, vem o Intershild                      o Prime branco Intergard                               e, claro, a Venenosa Intermarine.  

Feito isso, é necessário lixar para remover restos de tintas e, no caso do Refrega, vestígios de ferrugem. Utiliza-se também produtos de limpeza e desengraxante  ( um tal de GTA 220 P/ epox) para que o metal fique completamente limpo para a aplicação de duas demãos com Intershield 300 alumínio. Este produto funciona como galvanização a frio que protege o aço da abrasão. Segundo informações que temos, o Refrega foi construído com aço galvanizado, por isso tínhamos de usar este produto. Pronto? Não, o próximo passo foi aplicar o Intergard EPA 632, uma tinta prime para enchimento e que serve como base para aplicação, finalmente, da venenosa. São quatro, caríssimas, demãos da Intermarine que é um pouco mais resistente, já que optamos pelo mergulhador limpar de 15 em 15 dias.

Finalmente a cor volta.                                   Instalamos o filtro do captador.                   Reeinstalação dos Anôdos.
Apintura do costado foi mais simples.Mais ou menos. O Refrega foi construído de forma artesanal. Pois é, diz a lenda que foi em baixo de um coqueiro na Bahia. Não se preocuparam com a estética ou não sabiam fazer a faze de soldagem das chapas do costadoou. Tanto que alguns pontos do costado é "amarrotado", sendo possível identificar até o local das cavernas que ficam por dentro do casco. Mas isso seria facilmente remediado com aplicação de massa nas imperfeições, como em muitos barcos de aço. Nesta vez optamos, motivados pela grana curta claro, por remover algumas bolhas e repintar para tirar as manchas e as cores diferentes dos retoques que fizemos durante o ano que passou.

A colagem foi sem acidentes!


O toque final, que deu uma valorizada no visual, foi o adesivo com o logo que bolamos pro Refrega. Feito pelos amigos da Sign Vision, é em vinil da 3M de alta performance para suportar as intempéries. 

Nós gostamos de verdade !!!


BONS VENTOS !

Ufa!.... agora só falta o convés, as vigias, as velas .... rsrs!


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